Continuar a nadar

Hoje eu e o André nadamos uns 1000 metros no mar. No clube é mais fácil mas eu acho o mar é mil vezes melhor que piscina.

É a impermanencia total. Saímos do calor e entramos no mar frio. Começa a luta para fugir da alga e claro da onda onde os surfistas usam.

Sei que até me fez lembrar jovem de descer da onda e subir mas com muita onda as vezes entra o sal no nariz. Na hora pensei na Lota se limpar com agua e sal. Me veio a mente o Ghandl e na sua luta na India pelo sal.

Estávamos com óculos de natação, eu olhava a fuga da alga. E o Andre o Pacato vai mais perto da praia e eu fui para frente para mais longe da praia e ver o mar.

Sei que tem muitos com medo. Mas nisso chega na tranquilidade. Fomos nadando em estilos distintos mas olhando. E fomos nadando para chegar no fim da praia.

Aí a impermanencia foi maior. Mudava de estilos de nadar, e o mar mudava do calor para o frio. Quando nadava para o fundo aí era um outro planeta. Limpo, e frio.

Quando encontrava o Andre eu inventei “voce é a parte da frente e eu da perna” . Isso era divertido. Vi conchas, um peixe e o fundo 🙂

Vinha a musica uma melodia e nunca como dizem zonas destruídas do cérebro o Andre cantou.

Paulinho da viola

“ Não sou eu quem me navega

Quem me navega é o mar

Não sou eu quem me navega

Quem me navega é o mar

É ele quem me carrega

Como nem fosse levar

É ele quem me carrega

Como nem fosse levar

Gente fiquei impressionada me disse e fui ler a letra da musica Timoneiro. Me fez lembrar meu mestrado e Phd que era relacionado a cognição.

Sempre me toca ver que as áreas do cérebro devem ser usadas, assim como a alimentação. Não digo de faculdades, digo de aprender das minhas perdas e tentar voltar.

Esses dias tenho andado de bicicleta, andado, me alongando. Nem mais digo de Yoga porque tem tantas historias misturadas, entre lingua, corpo, teologia que não gosto mais de classificar como nada. Usar o corpo e ser consciente da mente e dos outros. Especialmente das pessoas que envelhecem bem. Conheço varias.

No dia uma senhora me disse para fazer algo que nunca fiz , ela disse assim ativaria outra zona do cérebro. Eu resolvi vir a Ubatuba e estou aprendendo da Natureza. Amo as canções dos passarinhos, vendo o céu, as estrelas, por de sol, o sol nascer. Nunca tinha feito essas coisas de cuidar de jardim.

E claro fazendo o que sei , falando com as pessoas. Como já disse que me disseram em não conseguir nada. Seria outra. Sem abrir olho, falar, lembrar.

A cognição é incrível. Cada um tem um estilo mas nao perca a esperança.

Nao sei quem me navega, e nao sem nada como o mar me faz nadar pensar. Sei que alguns navegam por alguém fazer navegar. Mas eu honestamente mesmo sem saber nadar continuo a nadar.

Com amor,

Ju

Arvores e Couchsurfing.

Ontem aconteceu uma coisa triste, e uma coisa maravilhosa. Não sei quem sabe o que é couchsurfing. Faz muitos anos, que eu sou desse grupo.

Nele você hospeda as pessoas que não te conhecem, e pode se hospedar na casa de quem não conhece. Assim tenho amigos do mundo. Fiz no couch na Palestina, Israel, Itália, India, Brasil e muito mais.

Couchsurfing não é só para economizar dinheiro, é de conhecer a verdade de tradições dos países, ou até de uma região do nosso. Eu hospedei pessoas de varios paises e regiões do Brasil.

Explico mais do couch depois, primeiro vou contar a coisa triste que aconteceu ontem. Fui tomar coco, e quando cheguei no lugar estava vendo uma árvore centenária destruída. Chegou a defesa Civil para saber o que que aconteceu.

Eles como eu como as pessoas que tem bar de coco, e que trabalhavam estavam extremamente tristes, e com dó da senhora do lado onde ficava a arvore.

Alguém contou que viu às 11 da noite um casal começar a queimar a arvore.

A senhora do lado do Coco tentou apagar o fogo e não deu certo. Ela estava super deprimida, aliás todos nos ficamos deprimidos.

O André foi até olhar por dentro da arvore e viu que o fogo era colocado por dentro. Vou deixar o vídeo pra vocês verem.

Não dá pra entender porque alguém quer destruir uma árvore. Ficamos todos tristes, eu chorei.

Bom vou contar da coisa boa. Como eu sou do couch, aprendi agora de um projeto da prefeitura que me deu felicidade, um projeto de sustentabilidade.

É um projeto chamado imprensa jovem.

Esse video fica em Itaquera, que é na Zona Leste de São Paulo. Fiquei com esperança que crianças aprendendo não vão destruir.

Mas também me dou conta que minhas escolas consideradas boas, nunca me ensinaram sobre sustentabilidade a mão. Tudo era pela literatura.

Mas aprendi pelo Couch. Quanto eu vejo que até uma senhora de 78 anos viajou de bicicleta pelo mundo ficando nas casas das pessoas. Não tenha medo de hospedar alguém. Nem de ficar com quem não conhece, assim você conhece melhor as pessoas.

Estou tentando plantar arvores esses dias mas sou péssima. Então tenho tentado regar já que nem tinha chovido.

Vejo que não há grande diferença do que é considerado bom e o ruim. A diferença é se apegar no passado. Me dou contra os que são da praticas são de resolver, não de descobrir quem destruiu.

Por isso o André consegue plantar, e eu depois de regar, gosto de contar para não perder a esperança. Temos que buscar resoluções para os que ficarão anos vendo essa arvore quando nós já tivermos partido. Sempre me dá mais esperança não é o jornal, é o cochsurfing.

O Andre, seu irmao e mãe conseguem plantar a arvore, adubar e fazer dar flores. E eu consigo regar e contar. Cada um tem um estilo de caminho. Nao há duvida de que uma destruição é triste. Mas en vez de ficar com raiva, triste, estou aprendendo a ser parte de resolver. É plantar, regar e jamais perder esperança na capacidade dos seres humanos.

Fico com dó de quem queimou a árvore. Não sabe como é bom plantar, prefere destruir, mas agora vi que algumas crianças já sabem. A diferença do triste e o maravilhoso é que aprendi como é difícil é ter compaixão. Mas escrevendo e já enxergo que essa pessoa está perdida. Todos somos um pouco.

Com amor

Ju

O segredo da bicicleta :)

Estou na minha extrema felicidade do que consegui fazer hoje. Nunca leve muito a sério um médico que diga que não pode conseguir melhorar, ou voltar. Não perca esperança da vida.

Esses dias eu peguei o Uber e quando contava de eu ter estado doente, em coma e que disse minha médica à minha mãe que eu não voltaria. Esse senhor do Uber me contou uma coisa que eu entendo, porque me sinto igual.

O senhor contou que antes de eu pegar o Uber havia uma senhora que ficou doente e disseram para ela que teria 3 meses de vida. O remédio fez mal e ela sobreviveu. Ela passou da depressão para dar mais valor à vida e resolveu viajar.

Esse senhor do Uber ficou tocado. O médico com medo, falou do perigo mas como eu, sabe que medo não vale muito. Então essa senhora foi fez sua viagem. Não a conheço, mas espero que viva e morra feliz.

Eu que estou nadando muito mais que fazia antes, hoje inventei de ir de casa em Higienópolis quase santa Cecilia até o clube pinheiros de bicicleta. E ver meus pais por lá.

Eu que nem lembro rostos, vem na mente os que morreram em Sp de bike, lembrei do meu amigo Fábio que fez América Latina de bicicleta, do meu amigo Thiago que fez da Europa até a Ásia e ainda está lá.

Bom, eu que não lembro muito das coisas, parava para descansar, observar e falava com as pessoas. Seguindo o caminho que fazia de carro.

Quando cheguei perto do clube parei e perguntei a um cara de bike, se ele podia me explicar como eu faço para mudar as marchas. Eu não lembrava disso.

Esse homem foi querer ser específico de explicar e eu contei que a médica disse a minha mãe que para mim era difícil, eu não voltaria.

Eu gosto dela, mas não vou mais a nenhuma. Sei que tenho alguns amigos médicos que detestam como penso. Como também tenho que entendem. Porque até um amigo meu da Europa e médico com Phd sempre me diz que estamos sempre em processo de estudos. “Sabemos pouco”

Sei que quando contei do meu coma, eu fazendo redução de remédio sozinha. E me sentido a cada dia e faz ano, estou melhor. Então esse cara de bike me disse.

“Somos então nós dois lutadores. “

Contou que ele tinha Câncer e também falaram de morrer. Ele me contou que veio de longe de bike para ir a Muay Tai. Fiquei tocada. Conheço. É uma luta da Tailândia e lá é minha casinha que fui muitas vezes e tenho mil amigos. Fui voluntaria, fiz micro trabalhos. Esse cara é um artista e também quer sair de Sp.

A vida é tão curta. Não sei por que as pessoas têm tanto medo. Só sei que cada um escolhe um caminho.

Honestamente não levo medicina a sério. Aliás faz mais de ano que eu reduzo sozinha meus remédios. E sei que meus pais têm medo. Mas a vida é curta.

Quem crê torce para eu não morrer antes do Nepal. Essa é a minha nova busca.

Se o nadar já é minha meditação. Bicicleta é viajar sozinha e conhecer os outros. Estou me preparando para o ano que vem. Sempre gostei de aprender dos outros. Faculdades não significam quase nada para mim, nem as minhas perdas, mas as pessoas que conheci me valem mais.

Sempre me deixa feliz aceitar que apesar dos estudos no mundo, nós sabemos pouco. Considero a sabedoria é ponderar quem pagou e ganhou por qualquer ensino e chegar a uma informação. Considero que sabedoria é aceitar que sabemos pouco. Do que sabemos é difícil, o mais profundo ainda mais difícil. Só sei que não quero perder meu tempo da vida para ser parte dos estudos dos outros.

Melhor é ajudar por compaixão. E fazer um caminho que fizer sentido para nós. Não quero fazer nem por medo, nem por egoísmo. Mas cada um é cada um como dizia a Crê, minha baba de infância.

Com amor,

Ju