Em 2001, eu saí de casa para estudar em Nova Iorque. Eu tinha ganhado uma bolsa para estudar o que eu quisesse nos EUA. Eu já tinha morado fora antes. Com 13 anos, morei na Argentina com meus pais e, com 15, na Austrália, num intercambio para aprender inglês. Dos Estados Unidos, eu fui parar na Holanda, com uma outra bolsa, e depois em Londres, onde eu fiz meu mestrado e comecei meu doutorado, que tinha como campo de pesquisa o Oriente Médio. Voltei todos os anos ao Brasil e, com exceção da Antártica, eu viajei um pouco por todos os outros continentes.

Eu sempre fui indo, sem saber muito bem porque. Uma certa solidão  um desejo de encontrar o outro. Uma curiosidade, Uma fuga. Aprendendo pelo caminho da academia, e dos buracos na estrada. No hospital, nas conversas, na ausência delas que só escrevendo eu consegui dar mais sentido a uma coisa ou outra.

Numa mente que passou muito tempo na acadêmica  e num corpo que dançou  escalou, e teve colapsos enormes eu fui encontrando a minha narrativa. Tao Individual e tao social.

Toda a minha busca hoje é permanecer humana, com toda sua perfeita imperfeição  É ouvir a voz de quem nao tem, a minha voz, e a da pessoa mais proxima. A minha busca sempre foi, mas hoje eu sei, o encontro com o outro.