Falas de flores :)

Eu que estava deprimida de ficarem todos no telefone, vovó em livro, inventei debvoltar ao Ó do Borogodó segunda. Quem não conhece, é um lugar de música e dança e eu ia sempre.

André disse, vai estar fechado. E eu vi no face que dizia aberto e então pego um uber e fui.

Pro taxista da ida perguntei da vida e ele me contou que agora tudo é sobre ficar em telefone. Eu rio e vou aprendendo como veio do nordeste e, quando chego no Ó e, como disse o André, estava fechado 🙂 O André estava em casa vendo com a Vovó o Soprano. Voltei.

Quando chego em casa digo ao porteiro que conheço há muitos anos que cansei de televisão, de internet e pedi para me contar algo da vida dele.

“ Do que vc quer que eu conte de família? Isso é duro. Sempre há conflitos. Mas nunca nos separamos.”

Ri e disse “ Me conta de religião. “

Esse senhor porteiro da noite me conta.

Essa é fácil. Imaginei que como muitos de hoje, deve ser evangélico. Ele me contou que ele era católico, sua mulher espirita e os filhos evangélicos.

Perguntei se tinham virado evangélicos por causa do Bolsonaro, e ele disse que nasceram indo à casa do lado, de evangélicos e se conectaram.

Me fez lembrar o Dalai Lama que respeita o que parece natural. E me tocou um porteiro de mais de 50, que já é avô, e me contou que o pai tem 98, quase 99 e a mãe já partiu. Pai bem, consciente.

O pai da Bahia e a mãe de Minas. Me contou é uma família enorme, seu pai com 17 filhos. E ele fugiu com 14, e com 16 começou a trabalhar para igreja católica. O fez por mais de 20 anos e aprendeu que religião não é diferente de politica.

Quando eu disse que era sempre sobre dinheiro e ele concordou e contou as historias do que passou.

Eu o admiro. Quando disse que não acredito em nada ele completou. “ Eu sempre penso que é escrito pelo ser humano. Acredito em Deus, mas não em religião.” E eu digo, é duro para nós realmente sabermos como funciona o universo.

Passei horas conversando com esse senhor e ele que sabe que eu viajo me perguntou do Islã, e eu que passei por tantas de aprender, voltam as memorias. Foi das melhores conversas que tive.

Sempre me impressiona como tantas pessoas ponderam sobre as coisas. Passam por tantas coisas.

Quinta voltei ao Ó do Borogodó para ver o Zé Barbeiro. Quando chego conhecia todos mas é duro não lembrar.

O senhor que trabalha me diz “que bom que veio. Oi André.”

Eu fiquei tanto tempo a pensar se até o André que foi pouco, e ele sabe eu devo conhecer bem. O André diz de cara. Ju é o presidente.

Nossa a memória veio. Eu lembro. Eu vou lá e digo, presidente sou péssima de rosto e memória. E ele disse “como está sua avó?”

A memória veio, “presidente vc é da Bahia!” Fiquei impressionada, dançar, falar com os que trabalham. Fui falar com o que cuida do som, o Zé.

Tantas coisas são impermanentes. Tantas coisas não mudam nada, saem e voltam.

Assim pensei que algum dia ia conseguir ficar presente. Minha avó quis ir comer no clube com meus pais e eu na duvida. Fui porque minha avó sabe que nos sempre discutimos.

Meus pais levaram duas garrafas de vinho e uma adorei. Perguntei de onde era, meu pai disse que da África do Sul. Contei que compramos ótimas da Nova Zelândia.

E de repente ouço um cara do clube dizendo para meus pais terem boa viagem.

Eu nem sabia. Perguntei para onde? África do Sul.

Apesar das nossas discussões pedi de cara, vou comprar passagem, quero ir com vocês.

Meus pais na dúvida.

Eu falo mil vezes eu quero ir. Vcs conhecem a África do Sul. Eu nunca fui.

“ Só concordo se você fizer o que a gente tá indo fazer. Vamos pelo vinho.”

Compro minha passagem e na hora de sair disse “ nada de discussões de politica”

Meu pai diz

“ Falas de flores”

Como disse o porteiro:

“ Do que vc quer que eu conte, de família? Isso é duro. Sempre há conflitos. Mas nunca nos separamos.”

Feira orgânica

Todas as vezes que eu e o Andre vamos na feira orgânica eu fico feliz e tocada.

É impressionante como as pessoas são conscientes de nós voltarmos.

Um dia uma senhora que vende saladas , verduras , legumes contou que aquilo era o sonho do marido de um

dia conseguir comprar uma fazendinha, e que seria de coisas orgânicas.

Demorou tempo para conseguir mas quando conseguiu em pouco tempo ficou viuva.

Fiquei tocada e perguntei se tinha desistido, se era duro e ela disse com orgulho

“ Vc acha que coloco uma maquina eletrica para regar? Eu rego com a mão, eu planto e eu vou vendo todos os dias como crescem.”

Fiquei tocada e perguntei numa outra semana se fazia e ela me mostrou uma filha que fazia junto.

Na feira tudo me toca, descobri por acaso e eu e o Andre amamos ir la.

Tem tantos detalhes de coisas. Eu que já tinha aprendido melhor ir cedo. As pessoas que plantaram vêm de fora as 4 da manha e nos vamos umas 9.

Sempre tomo chá, e dessa vez um pãozinho. Na hora que fui pagar o jovem disse “ Obrigada por vcs sempre pagar em debito.”. Eu contei que eu sei que se pagar em cartao vc ganha pouco. Ele me disse que poucas pessoas pensam nisso.

O senhor onde também compramos sempre nos da mais frutas de presente.

Eu que tenho péssima memória visual, e que olhava na curiosidade contei para uma outra senhora me diz para tentar aprender.

Expliquei a ela do meu coma e rápido percebi que é médica e ela me disse aprenda coisas novas. Essa senhora e o marido conhecia o Dr Getulio, até os irmãos do meu medico que partiu. Ela me contou uma coisa que me tocou de uma senhora de 60 anos depois de destruição do cérebro resolveu aprender piano. Essa medica que não é jovem foi clara “ aprende algo novo para ativar a mente.

Me tocou aquilo. O que devo fazer que não fiz? Deve ser Mandarim, ? Artesanato? Passei um tempo conversando com o casal e lembrei que deveria visitar um senhor de Manaus.

Esse senhor sempre me impressiona. Tem tantas pessoas que passam para falar com ele.

Na hora eu contei que o Andre dizia para não comer muita castanha do Pará. Ele que vende me contou casos que passam mal de ser viciados de castanha.

Como ele disse “ tem alcoólatra, chocólatra, do sexo, de fumar, e agora tem tbm o do castanhólatra 🙂 Ou seja pode ser viciado de qualquer coisa até de agua , agua demais acaba se afogando :)”

Eu dessa vez acreditei. Ouvindo ele que vende disse, pode pagar mais de 100 reais que não vendo porque vcs ja têm em casa.

Isso me impressiona, não porque eu queria comprar é ouvir suas historias de pessoas que diziam “ vc não pode me controlar, eu vou comprar”

Mas esse senhor não controla, só não quer ser responsável por alguém como muitos passam mal porque ele vende. Isso me toca, também é pensar nos outros.

Esses dias tudo me tocou, outro dia conto os do Uber e do porteiro da noites. As pessoas tem coisas muitos interessantes a contar.

Beijos

Ju

Vipassana

Tenho um forte desejo de voltar a Asia e fazer de novo Vipassana que está pelo mundo. E eu fiz a primeira na Inglaterra.Li oque escrevi no passado li e me tocou.

Vipassana é baseada no seguinte: a ideia que sofrimento vem do padrão da nossa mente de nunca estar no presente. De sermos jogados do passado ao futuro por nossas emocoes e pensamentos o tempo todo. Sempre reagimos com aversao ao que nao gostamos e com apego ao que queremos e como tudo é impermanente sofremos. Mas tudo que existe no presente sao sensacoes. Por isso, Buda acreditava que se aprendessemos a nos tornar totalmente conscientes das nossas sensacoes e aprendessemos a ficar equanimes ( nao reagir com apego ou aversao a elas) quebrariamos profundamente o padrao de reacao da mente. Vipassana, portanto, treina voce a ficar consciente das sensacoes corporais ( calor, dor, formigamento, vibracoes etc) e a praticar equanimidade ( nao reagir, observar as sensacoes “como um cientista” objetivamente).

Entao, durante os ultimos 7 dias aprende-se a observar o corpo todo. Comecando pela cabeca, e pedacinho por pedacinho scaneando o corpo e observando as sensacoes até chegar as pontas dos dedos do pé. 3 vezes ao dia, faz se uma determinacao de sentar-se por uma hora sem se mexer observando o que é que se passe, o que é que se sinta com desapego, pois tudo é impermanente. Durante o retiro, observa silencio nobre. Silencio de fala, gestos, pensamento etc…

Eu tive é claro muitas duvidas filosofico cognitivas. Ficar em silencio foi facil. Uma vez la ha uma sensacao de enorme apoio, de enorme gratidao. Como nao se paga nada para ir quando vc chega, e conforme os dias passam, e observa-se como tudo é bem mantido, fica cada vez mais evidente que tudo aquilo so é possivel porque as pessoas que la estiveram antes de vc doaram dinheiro para que essa oportunidade tambem fosse dada a outras pessoas. Toda a deliciosa comida que se come é preparada por voluntarios que além de meditar acordam ainda mais cedo para cozinhar para vc.

Eu tive muita sorte com o tempo. Os dias estavam lindos. A primavera estava chegando e simbolicamente eu sentia a vida voltando. Confesso que nao reparei nas flores quando cheguei. Talvez tenha sido no terceiro dia quando eu ja estava realmente concentrada que reparei que as cerejeiras na frente do meu quarto estavam florescendo. Compreendi profundamente dessa vez Kurosawa num dos seus “Sonhos”. Entendi mais os japoneses que falam tanto da beleza das cerejeiras em flor. As festas (hanami) para ver as cerejeiras em flor(sakura) acontecem no Japao desde o seculo VII.

Há alguns preceitos que se observa quando se pratica Vipassana, e um deles é nao matar. Nos meus tres primeiros dias eu passei mal, tive diarreia, e muita dor de estomago, mas observando o silencio, e nao tendo muito o que fazer fiquei em silencio. Minha companheira de quarto que deve ter reparado minhas massagens no estomago, colocou ao lado da minha cama um pequeno vidrinho. Quando eu voltei ao quarto, sem olhar para ela, evitando qualquer comunicacao reparei a presenca de um vidrinho verde desconhecido no meu lado da mesinha. Fiquei surpresa, peguei o vidrinho e vi que era um remedio natural para dor de estomago.

É incrivel, como pequenos gestos como esses te tocam. Fazia 3 dias que eu estava em silencio e eu sabia que apesar do silencio estavamos ali uma no apoio da outra, e todos mutualmente se apoiando em silencio. Eu nao podia dizer obrigada, nao podia escrever obrigada, resolvi que em agradecimento colocaria uma flor no seu lado da mesa. Como eu não queria matar nada, inclusive uma flor, procurei uma flor que estivesse caida. Coloquei-a do lado da mesa que ficava perto a cama de Liz.

Os dias foram passando, e a cada dia eu olhava para as cerejeiras para ver como elas estavam naquele dia. Sentia-me tocada por meu retiro acompanhar o desabrochar das cerejeiras. No final dos 10 dias elas estavam completamente em flor. Eu finalmente entendi ali toda a literatura japonesa que eu ja tinha lido. Não é apenas que elas sejam lindas, mas é o processo que acontece todos os anos, um processo impermanente, onde nehum dia é igual ao outro, onde, as petalas voam, onde tudo se move em direcao a perfeicao, ao que pode parecer um momento fugaz de beleza, ao qual vc nao pode se apegar. Eu observei o processo, e entendi experiencialmente a beleza de uma cerejeira em flor. A breve, fugaz, impermanente beleza da cerejeira apesar de “breathtaking” não é o seu maior poder. O mais tocante é observar o processo diario. O mais poderoso talvez seja a permanencia do impermanente. Observar as cerejeiras desabrocharem, e saber que apesar da primavera ser todas as vezes diferente, ela é sempre primavera. Observar uma cerejeira em flor é observar a coexistencia do tempo cronologico e o ciclico.

No decimo dia, quando o silencio foi levantado Liz veio me dizer obrigada pela flor no seu lado da mesinha. Expliquei a ela que tinha pegado uma flor morta pois nao queria matar uma flor. Ela eh claro ja tinha compreendido isso no nosso silencio. E é claro que se eu tivesse colhido uma flor viva, ela teria sido morta no ato. No entanto, de alguma maneira ali a impermanencia da vida e da beleza da flor se mesclaram. A gratidao, no entanto, simbolizada na impermanencia do material se dissociou do material.

A vida é impermanente.

A vida é a impermanência

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É duro envelhecer. Sei que muitas pessoas me diziam que eu não sou velha. Mas falo que ter passado por um coma é como envelhecer. É perder as capacidades do passado.

Eu sempre admirei as pessoas mais velhas. No passado não sei, mas agora é claro ver como é duro lidar com perder nossas capacidades que tínhamos, e um orgulho de voltar a ser criança e aprender quando antes já sabíamos.

Eu tenho aprendido muito de ter perdido areas do meu cérebro com minha epilepsia e o coma. Mas honestamente o que mais tenho me dado conta, quantas as áreas do nosso cérebro temos orgulho de voltar ao passado.

Quando somos jovens parece o natural, mas envelhecendo é duro aceitar um jovem explicar. Eu admiro demais a minha avó que aos 94 quando agora trouxe livro da França, rapidamente se modernizou. Já eu tenho preguiça de tentar ler o que já conhecía e que agora não é fácil.

Quase ninguém deve imaginar que parece areas difíceis de ler e escrever. Talvez seja um pensamento dentro, mas na verdade é que lendo o de fora não sabemos o que vem.

Enfim escrevo isso porque ontem me manda mensagem uma grande amiga de Israel. Fazia anos que ela não me escrevia e do nada eu pensando na Índia e ela comprando passagem de ir à Índia. Eu tinha postado sobre Dalai Lama mas ela, sei lá porque pensou em me mandar mensagem do nada. Michal eu a conheci na Índia, mas quando quebrei o pé na Tailândia foi me ajudar. Quando eu estava com ela em Israel ela me dizia para parar de correr tanto.

Eu não sei explicar como a minha vida eu me senti sem saber de onde eu sou. Uma vez quando eu e Michal resolvemos sair de Dharamsala sem vontade, depois de mais de um mês. Os tibetanos e indianos nos diziam para não sair numa lua cheia.

Eu nem liguei e peguei um ônibus da montanha para baixar, com a Michal e algum outro amigo que nem me lembro do nome. No nosso ônibus tinham tibetanos, Europeus, um Indiano e Israelenses.

Sei disso, porque deixei escrito e ontem me fez lembrar mais. Eu como sempre num ônibus de muitas horas dormi, e acordei com alguém gritando “Stop the bus”, pare o ônibus. Levou um tempo para eu acordar e me dar conta de que estávamos num acidente, que alguém tinha batido no nosso ônibus. Alguém atrás estava sangrando, tinha vidro quebrado. Passamos uma noite parados. Um homem Indiano que estava saindo com uma alemã. Ela saiu correndo do ônibus, como todos Europeus. Uma Australiana gritou “esta sangrando, acorda, acorda”

Aquele dia eu comecei a ver as diferenças de visões . Uns Israelenses que estavam viajando. Tipo mulher faz 2 anos de exercito e homem três. Eles levantaram e foram tentar ajudar. Eu não sabia nem sair, nem ir perto. Fiquei surpresa. Eu como agora, não sabia o que fazer. Eu só aprendia passar aos israelenses, os materiais que pediam para ajudar a fazer um curativo no homem que estava inconsciente.

Passamos a noite e de repente veio uma ambulância, e a Australiana que nem o conhecia se ofereceu para ir junto. A namorada alemã não falou nada. E nós ficamos um dia esperando um outro ônibus chegar.

Ficamos por fora do lado de uma escola de criança, esperando um ônibus para ir a Rishikesh. Demorou da noite ao dia. Quando o ônibus chegou todos entramos, de repente uma tibetana que sempre em silencio gritou “para o ônibus”.

Nos nem sabíamos que falavam ingles, na verdade sem palavras fazia mais atenção no que se passava. “Esquecemos a Alemã que foi ao banheiro.”

Essa experiencia sempre vai ser parte da minha vida e acho que de todos. Mesmo com zonas do meu cérebro destruídas não me faz esquecer, nem faz a minha amiga.

Esse Indiano soubemos que morreu. Soubemos pela Australiana que contou que quando ele chegou ao hospital privado não o deixaram entrar. E ela foi com ele até o publico e por horas ele morreu na ambulância.

Aquilo me tocou, me ensinou que sempre temos visões distintas. Não me deu medo de continuar viajando. Sempre era aprender sobre nos seres humanos.

Eu sempre amei viajar sozinha e conhecer as pessoas, e escrevendo me faz lembrar como me fez hoje a Michal dizer, “sem planos”. Me contou que eu dizia.

Só sei que quando Michal me escreve ontem do seu desejo de ir mais uma vez ir à Índia, fiquei impressionada que eu queria também e nem falávamos. Não recomendo ir a Índia a ninguém. Eu amo mas eu sei que a Índia é dura, te testa a cada segundo, mas eu amo a Índia.

Então como envelhecer é lembrar que não abandonam o otimismo por isso quero ir sozinha, voltar a Índia. Sei que tem muitas pessoas que têm medo de tudo. Abandone os medos porque na verdade sabemos mesmo estudando, se preparando etc., quase nada.

Isso me faz lembrar de como eu comecei a viajar sozinha, jovem, quando encontrei uma senhora de 83 anos, que vinha do Canadá sozinha, para conhecer a América Latina.

Tudo na vida é impermanente. Abandone os medos. Todos vamos partir um dia.Espero que seja de uma forma feliz.

Porque admiro Dalai Lama

Tantas pessoas me perguntam porque eu admiro tanto Dalai Lama. Confesso que eu não sou uma pessoa criada como religiosa e eu fui pelo mundo aprender mais sobre muitas religiões e tradições. Minha avó é católica mas em casa tive a liberdade de aprender mais e sem ser obrigada. Assim aprendi sobre Deus, Deusa, Buda, reencarnação, Tara, respeito a natureza, e a importância da montanha e de como devemos pedir permissão para subir, nunca foi claro para quem.

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Olhei religiões pela América, África, Europa, Oriente Médio, e a Ásia. Aprendi vivendo no Brasil, Argentina, EUA, Holanda, Inglaterra, Australia, Peru,e muito aprendi viajando pelo mundo. E ficando bastante na Asia.

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Haiko já conhecia a Índia e me disse para irmos a Mc Leod Ganj. Quando chegamos lá vimos muitos tibetanos e aprendemos que haveria aulas do Dalai Lama. Eu e o Haiko agnósticos resolvemos ir para ver o que diria.

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Sentei do lado de duas mulheres que falavam português, Denise e Rita. Quando Dalai Lama entrou eu tinha visto que tinha budistas com roupas de outras cores, o que percebi que não seguiam o estilo do budismo tibetano, mas estavam lá.

Dalai Lama entrou andou, parou e voltou para colocar os budistas de outro caminho para ficar ao seu lado. Aquilo me tocou.

Quando chegou na hora de falar me tocou ainda mais.

Primeiro disse, e mesmo depois de 2 comas nunca vou esquecer. “Não se torne budista, é duro mudar de onde viemos. Respeite a todas as religiões. Aceite o que é natural para vocês” Dalai Lama deu aulas por dias e eu fiquei encantada. O que me tocou mais é aprender sobre a compaixão, que não é bondade, é se colocar no lugar do outro. Farei até mais posts para contar de como aprendi tanto sobre o Budismo. E até conheci Karmapa.

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O ponto é que eu lá na Ásia no ano passado passei de novo por países budistas. No Vietnã, aprendi que quando teve guerra, monges pediam a paz e os monges eram mandados embora porque os governantes queriam guerra. Só sei que lá no Vietnã por muito tempo conheci o Mr Colly que é inglês e ama a China. Quando eu contei que amo o Dalai Lama ele não parou de me mandar mensagens de Tibetanos mortos na na China, não parou de me dizer que só o ocidente que gosta do Dalai Lama que lá na China querem ele morto.

Mr. Colly é muito inteligente e infeliz. Falava bem varias línguas e era realmente brilhante. Olhava tudo no computador para fazer pesquisa em segundos. Estava casando com uma chinesa por negócio. Ele com passaporte de EUA e UK e queria o da China. E essa jovem queria o dos EUA. Mil coisas que me dizia no nosso encontro na rua nos fez tomar café e jantar. Fomos comer comida da Índia que amo, e eu falando do Dalai Lama. Ele me deixava desesperada. Tinha até medo de ter um ataque epilético. Mas eu ponderava que uma fuga é ruim. Eu deveria tentar entender. Assim ele pegou meu telefone e quando eu parti do Vietnã fui para Camboja e Mr. Colly mandava informação e jornais do mundo todos os dias. Contava tudo da China.

Quando voltei a Tailândia, para cidade do norte fronteira com Laos e na frente do Mekong eu ficava impressionada quantos novos templos budistas tinha. Fui muitas vezes para la. O Budismo é complexo porque na Ásia a China, Coreia e o Vietnã e japonês seguem o caminho Mahayana, na Tailândia , Camboja e Laos Theravada. Dalai Lama segue a tradição de Geluck.

A complexidade é enorme porque Dalai Lama todos sabem, quando Tibete foi dominado pela China, e Dalai Lama foi morar na Índia.

Sei que eu admirando tanto o Dalai Lama, no mês passado conheci na França um filósofo conectado aos tibetanos. Lembrei do que disse Mr. Colly “só ocidentais gostam do Dalai Lama”, pensei em perguntar a uma amiga da Tailândia se ela podia me fazer um favor. Se ela podia já que vai tanto aos templos da Tailândia, se ela podia perguntar a alguém que não sabe falar inglês e é Thai e segue Theravada, se sabe quem é Dalai Lama.

Minha amiga em três segundos disse que HH Dalai Lama era incrível e que iria perguntar no outro dia. Nosso horários é o oposto da Ásia. Sei que minha amiga foi ao templo e perguntou em Tailandês se sabiam quem era Dalai Lama e o que significava. Isso me tocou.

Ela contou que todos sabem que ele é o Lama superior e que faz tudo pela compaixão. Isso me tocou demais. Na China com alto poder agora perseguindo os muçulmanos, não gostando dos tibetanos e eu só tenho que pensar que o materialismo não mudou indiferente de religiões, e governos . São as nossas escolhas. Então me vem a mente HH Dalai Lama.

“ Aceite como você se sente, respeite todas as religiões indiferente das religiões são as nossas ações em relação aos outros. Ou como diria meu grande amiga Lama Lobsang que já partiu e era do Tibete “Nossos inimigos são nossos melhores amigos,nós mesmos.