As maravilhosas ironias da vida.

Diziam no meu coma que zonas do cérebro destruídas, difícil eu voltar.

Bom de tudo que perdi não perdi de amar falar com as pessoas e aprender mais delas e dos ciganos 🙂

Honestamente sou péssima de lembrar o rosto e o nome. Portanto, eu sempre coloco por contexto. Tenho amigos que querem me curar disso. Mas eu não ligo, mais importante que o nome para mim é o símbolo.

Anteontem falei para o Luca ( para mim Argentino do couch), vamos andar um pouco aqui. Luca aqui até brinquei que estamos em Ubachuva :). Fazia dias que diziam que iriar chover e não chovia, mas no dia disse que não iria chover, ai começou a chuva e não parou até hoje. Nas misturas de espanhol com português andamos e eu de ‘parachuva’ 🙂 E o André e Luca sem nada.

Andamos quase 14 km. Porque eu sempre inventava coco num lugar alto. Depois tomar café, depois um pastel no lugar dos Venezuelanos. Errei o lugar e comi de novo onde trabalham os Venezuelanos.

Eu amei a Venezuela quando fui, e já mandavam não ir. Venezuelano nos contou de como é trabalhar aqui em Ubatuba. Eu fico triste de ver o estilo de interesse e abuso dos que sabem que é bem duro voltar à Venezuela. Assim como nos ensinou ainda tem muitos ricos lá. E claro tudo em Dolar. Ainda bem que fui no tempo do bolivar. Lá subimos o Monte Roraima com uns argentinos que já estavam havia anos na combi. A deles se consertava na colombia e nos conhecemos na Venezuela e subimos juntos a montanha. Isso faz uns quatro anos. A vida é misteriosa. Sei que eles ainda estão vivendo pelo mundo.

Anteontem tbm la inventei de ver minha Indiana, que não é, mas vende roupas de lá e vai muito à Índia. Gisele eu marco assim, Gisele Uba India 🙂 Lá no caminho vi combis. Sempre adoro falar com as das combis porque amo coisas de ciganos. Eles eram da Argentina e nós conversando ficamos sabendo que estão vivendo viajando por 2 anos. Disse que podiam tomar banho em casa. Fazia isso no Peru tbm.

André exausto de eu falar com tantos do dia até a noite voltamos, e eu paro numa musica ao vivo que não é boa mas Luca disse que tem em espanhol, depois ouvimos em Italiano. Me fez lembrar de uma senhora que me disse que em gestos ja compreendemos o outro. Claro dos latinos é fácil mas vivi por isso quando fui voluntária na Tailândia numa região que uma só falava inglês, mas para se comunicar lingua é menos importante do que eu imaginava. E claro aprender das culturas. Alias do Luca quis me fazer saber cozinhar, e eu não sei 🙂

A vida é tao irônica . E de passarem ontem em casa e por horas conversamos muito. Todos são simpáticos mas me impressionou é um casal viajando com um filho de 12 anos. Ele fazendo a escola de fora e ele aprendendo do mundo. Assim como vi de europeus na Ásia ha anos. Esse menino Valentin é a criança mais jovem que já conheci viajando e extremante educado.

Ele é o mais delicado, inteligente que já vi. Quando contei dos Argentinos que subiram conosoco o monte roraima, os pais os conhecem e sabem onde estão. O Valentin quando perguntei se sentia saudade de algo ele me disse, “ eu gosto de conhecer as outras pessoas e dos animais livres na natureza”

Eles dormiram em kombis e hoje veio o sol. André e Valentim foram surfar. Os argentinos da combi estão vendendo arte que fazem.

No de que já perdi, falar com todos nada mudou. Jogar buraco voltou. Agora essa de andar em Ubatuba a pé na chuva a quase 14 km é realmente novo. Mas adoro. Dos outros aprendemos muito.

Como disse a senhora não se prende no passado. Tente algo novo e dê valor ao que é possível hoje. E vai sempre para frente. Ou seja, não quero a viagem do passado mas continuo no mesmo ponto da vida. Como disse a Carolina, da combi e mãe do Valentin, muitos só percebem quando o tempo está passando ou passou.

Ela disse

“ Meu irmao e eu somos criados iguais, ele é materialista e silencioso, e eu sou de aprender mais coisas e ver o mundo. Aprendo muito dos outros “

Me tocou tudo isso. Como a vida pode ser irônica. Do nada me mostra alguem igual a mim. Assim continua o caminho dela e o meu na rota não do material mas de ver o mundo e se encontrar a si. E acho que nessa rota nunca mudamos, acho que nascemos como somos.

Com amor,

Ju

Bike Couch :)

Vou contar de outro couch muito legal.

Eu vi pelo couch que haveria dois ciclistas que estavam vindo de Santos a Ubatuba e so precisavam de um banho, e um lugar para deixar a bicicleta.

Bom eu tenho dois amigos ciclistas que passaram por países do mundo. São incríveis. Mas vou contar dos que saíram agora.

Saulo e Fernando. Fernando usava bike ha anos mas o Saulo nem sabia. Contou que era esportista de correr, mas do nada ele contou que ele iria de bike de Santos até Parati.

Eles moram em Botucatu, e ninguém acreditou nessa ideia. Mas o Saulo comprou a bicicleta e o Fernando ficou chocado mas aceitou. Muitos acharam impossível. Eles nem conheceriam o couch e o warm shower. Quando fizeram perderam de não ter esperança na humanidade. Todo ciclista sabe disso. Mas eles aprenderam agora.

Saulo contou que ele era de reclamar de tudo mas vir de bicicleta mudou a vida. Disse que antes era de reclamar de tudo, mas na chuva nessa ideia pensava que se fosse o sol forte, seria mais difícil pedalar.

Se adapta a tudo, e percebe que tudo é possível. Ficava inpressionado com as pessoas que conhecia. Quando eu acordei fiquei chocada com o café da manhã, que eles tinham feito para nós. Mesmo eles acordando cedo deixam a mesa linda e esperam para comer conosco. Total solidariedade. Até sem emprego vão comprar mais coisas para nós.

Nós somos de opiniões políticas opostas, mas nós rimos e aprendemos. Aprendemos o oposto. Mostei os vídeos do meu amigo Thiago que faz 2 anos que está pedalando pela Europa, Irã, Tajiquistão, etc. Por já 2 anos e ainda mais 2. Mostrei também o livro do Fabio, que fez a America latina de bike.

O André lembrou que ficamos em Roraima de couch na casa de um ciclista, que foi de bicicleta de roraima ao Chile. Ele queria ir num encontro da igreja adventista e, com 5 reais no bolso dormia nas igrejas, estrada pela missão religiosa.

O que mais me toca nas pessoas de bike é uma coisa que é só dos ciclistas. Em geral nenhum é fresco. Não faz nenhuma diferença se politicamente é direita ou esquerda, se é religioso ou ateu. O grande maravilhoso da ciclovia é de se adaptar ao tempo, à dor, à comida. Tenho os do frio e do calor, da chuva, neve e o seco. Mas o que acho mais belo é a solidariedade. E o que mais amo é o conhecer as versões das coisas.

Não digo que não existem pessoas que vêm o couch como uma forma econômica de viajar. Mas na essência é surfar no sofá e o banho quente. Mas comondiz minha avo quando uma senhora chogaca poker e ela perguntaca ” vc ganhou?,” e diz a senhora “ganhei experiencia” 🙂 Ou seja, se vc hospeda o egoísta da economia não perca a esperança do ser humano- é um conhecimento do estilo.

Ou seja do ciclista se da conta so coisas maravilhosas .

A energia de voltar à solidariedade, à paz que é o couch. Nem ligar de quem usou a toa. Entender que é uma pena que não tiveram o presente

do Sofá 🙂 . E se dar contar que mesmo eu pensava que sou a não fresca, me dar conta que sou, e ainda mais desejo de ser mais ciclista.

Com amor,

Ju

Couch eu admiro.

Imagino que muitos não saibam o que é Couchsurfing. Na tradução seria surfar no sofá 🙂 Mas Couchsurfing é um site que sou parte desde de 2010. É hospedar quem não conhece e se hospedar na casa de quem não conhece. É de graça, mas não é sobre viajar sem gastar muito. É poder conhecer outras tradições.

Eu hospedei pessoas do mundo lá na Europa e agora faço tbm em Ubatuba. Assim conheci Israel e Palestina e aprendendo varias tradições na India, Italia e outros lugares.

Até fiz no Brasil em Roraima, Amazonas e outros lugares do mundo.

Assim tenho amigos que vieram de países diferentes e do Brasil com tradições diferentes.

Podia fazer um livro das pessoas que conheci assim. Mas hoje vou contar dos meus últimos hospedes desse final de semana.

Wesley e Luca. Wesley é de Piaui e Luca é de Sao Paulo. Wesley é professor da escola publica e no começo me mostrou o que se passa. Isso falando na internet antes deles vierem. Já começou a minha admiração de ver o projeto da escola publica.

Eles são amigos e são os que fugiram do evangelismo juntos. Nunca na minha vida não soube nada sobre isso. Não sabia como prendem as pessoas como amigo e depois com declarações de inferno eterno.

Me fez lembrar do meu amigo judeu de familia ortodoxa de Jerusalém e com pai, avô tataravô rabino, quando o pai, com câncer, virou ateu. E o pai disse para ele mudar de escola. Quando o conheci na india ele contou que agora era isolado de familia, de amigos, mas hoje é professor de matematica.

Enfim, quando meus amigos aqui me contaram me fez pensar muito. Eles da zona leste e eu do centro. Eles leram Maus, Dostoievsky, filmes que só tem no centro e era duro ir sozinho. Mas o fizeram.

Sábado saímos sem planos e andamos quase 10 km. Olhamos a pé Ubatuba. Comemos, vimos arte, pessoas, o mar, bebemos, dançamos.

Para mim me toca demais. Como Wesley sai de uma cidade pequena do Piauí e ter a mesmas buscas, ponderações, curiosidade e sempre na duvida de onde veio uma informação.

Acho que o melhor para mim da humanidade é conversar e trocar experiências.

Ser mais honesto com o outro que é também consigo. Sou extremamente feliz de voltar ao couch.

Na hora que estava indo embora me disse Wesley, “Ju, o que vc acha que mais aprendi aqui?”

Eu disse “ Vipassana, fazer meditação de qualquer forma.”

Errei total e me impressionou.

“ Tomar café da manhã. Suco de limão, café orgânico sem açucar, frutas.”

Fiquei surpresa. Nossa imaginei. Chutei

“ Se é pressa acorda mais cedo”

Ele me disse que não era sua cultura, era café e quase mais nada.

Contei do que aprendia na Ásia

Café da manhã de rei, almoço rainha e jantar de mendigo 🙂

Sei que nessa esperiencia.

Do Luca que é discreto é um observador. Me disse que eu deveria ser ppsicóloga. E eu de novo contei de mindfulness que vem de vipassana 🙂 E eu pensando que agora que Luca entrou no couch vai arrumar mais amigos que pensam como eu , não se perder no medo.

E como dizem até quando perdemos, ganhamos esperiencias.

Quem é da curiosidade, e gosta de trocar experiencias entra no couch. Não é sobre economizar dinheiro, é sobre ganhar experiências.

E quando viramos amigos torcemos para nos vermos de novo.

Tipo meu amigo Pai Chin Chi

“ Se é

Tipo meu amigo Pai Chin Chi

Tipo meu amigo do Taiwan que ficou lá em Londres e depois anos no Brasil 3 razoes. Rio para carnaval , eu em sp e Uba e a Amazonia. Tipo uma amiga da Slovenia que fiquei na sua casa e depois eu na dela. Assim é couch.

Com amor,

Ju