O Piano não faz mais sentido como antes, eu nunca soube tocar piano. No entanto, nas ultimas vezes o piano fluía por mim e para mim. Hoje não, o piano é entanho, é estranho como fora outrora.
Chateio-me, o piano tinha se tornado tão familiar, e tão belo quando eu ficara doente na segunda vez, na terceira…eu sabia toca-lo mesmo sem ter de fato prestado nenhuma atencao naquelas mil regras do 5. Sem jamais nem lembrar o nome da professora de piano. Quando tudo colapsou o piano fazia sentido…. eu sentava e musica fluia…. e era bela..
Hoje nao. Hoje não, ele é raro como também é rara a sanfona que desapareceu desse quarto meu. Quarto construído em detalhes com todas as minhas escolhidas relíquias .. coisas simples mas feitas a mão pelo mundo. Aprendi com minha avó, que trazia algo de suas viagens feito a mão. Fico muito no meu quarto e na sala com minha avó. Ando muito a pé e de ônibus com minha cuidadora, minha ex babá de infância, a crê.
A cre ė mais perdida que eu, já que jestá bem velha e teve uma vida de livro dos passados. Um tempo eu conto mais da Cre que agora está no dia de folga.
Passo tempo entre ir a milhões de exames e médicos e no meu quarto entre passando filmes do Michael Pailin com minha avó. Vejo muito muito prima Fe, em casa tentando escrever e tentando tocar o piano.. Esse dias como expliquei o piano não é mais familiar…. Alguma coisa desinflamou no cérebro e junto com essa desinflamação partiu a minha conexão ao piano.
Mas claro que não é tudo ruim. Eu decido escrever.. mas aí a luz pára no prédio. O que fazer sem net ? Eu pego então um livro… tento escrever não tenho muito o que falar. Então faço algo corajoso pego o meu violão, este que eu não conhecia mais! Que mostrava a mim tão claramente que eu não sabia mais o meu corpo,ele que tinha vivido comigo desde a infância. Ultimamente parecia soar sempre errado.
Alguma coisa tinha se dado quando todos os fios do meu cérebro se rebelaram e eu não sabia mais nem fazer acordes simples e maiores, e nem sabia cantar nada… nem as notas nem as melodias… um sonho disforme saía de mim.
Parecia que não importava o que fosse as linhas que saiam da minha voz, e das mãos eram invariavelmente separados. Caminhos em paralelas sem a menor chance de se encontrar.
Hoje no começo eu não soube cantar, mas eu soube ouvir, finalmente eu cantarolava na mesma linha e tom que saía do meu instrumentos… difícil de explicar… como se aquelas melodias não estavam mais paralelas, finalmente entoávamos e cantávamos finalmente juntos. e e a letra toda eu não sabia lembrar, esquecia.. palavras inteiras.murchas.. apertadas.. mas eu sabía cantarolar fluidamente..
Eu então a luz voltou e eu pude olhar a t e pude cantar e tocar enquanto as linhas passavam umas pelas outras. Senti-me muito feliz.
Mais tarde fui a yoga e la meu corpo mal se lembrava dos assanas que eu fiz tantas vezes, por muitos anos antes.. Cezar seu professor foi me ajudando, mas interessantemente a dificuldade foi só na primeira seqüência , quando fizemos o lado esquerdo. No lado direito tudo foi perfeito…eu me lembrava… não . Mas não parecia que era preferencia de lado mas simplesmente apenas parecia que meu corpo estava sendo relembrado tudo e que amanha será tudo de volta…
Voltei para casa e resolvi tocar piano. A internet estava de volta. Pedi ajuda ao Cesar da internet ( o site de violão com letras e acordes 🙂
E o violao que tinha sido tao raro veio flutuando a direção ao cais. Eu o aguardo aberta para cantar com voz e acorde… e com ajuda da net eu canto o que cantarolava Caetano
” que Apenas a matéria vida era tão fina”
e então o telefone toca e me de lembra então do “Esteves sem metafísica” do mundo real que se passa a volta a todos. Tomo um banho e resolvo que já é hora de dormir nessas horas meu cérebro vai se recuperando mais e mais..