Esses dias têm me dito para eu voltar a escrever. Perdoe os meus erros que vêm pelo último coma, mas tento.
Tenho muitas coisas a contar. Confesso que nem sequer acredito muito na medicina ( pois sei que apesar dos estudos sabemos muito pouco do cérebro). Quando todos acharam de novo que não podia voltar. E eu acabo de voltar de novo da Asia. Lá andei, nadei, bicicleta, falei ingles, frances, espanhol e micro thailandes, laos, vietnam, canbodia e como sempre aprendi mais da vida e das pessoas.
Então penso que antes de ser cuidado e tratado em hospital privado, faça uma análise do que tem comido, do tanto que tem ficado nervoso por bobagem, do quanto tem andado e feito alguma forma de mobilização. E do tanto você acha que o sistema da organização do mundo e pondera se quer ou não ser parte desse sistema.
Antes de ser classificado por personalidade de doença neurológica ou psiquiátrica que te ajuda conseguir ficar dentro do sistema, faça uma avaliação interna. E aceite que qual seja a sua decisão deve ser sua porque da consciência sabemos muito pouco. Todos nós. Mas as nossa escolhas são as nossas.
Sei que muitos não ficam felizes de ler os meus pensamentos. Não é só de mim. É de varios que eu conheço.
Eu que ja estive tanto no hospital privado, penso que ja que nem se sabe o que tenho, mesmo analisando no mundo. Tenho admirado os costumes do passado e dos que não fazem nada por medo ou egoísmo .
Vejo que tendo feito yoga e meditação e aprendido línguas jovem parece que é me ajuda muito no retorno do impossível.
Cada um faz sua escolha mas observe o que come. Quanto viciado as coisas somos e reflita ao que te faz bem.
Posso contar milhões de historias e vou tentar contar mais.
Normalmente me admiro das pessoas velhas que conheço, mas hoje vou contar de uma menina que conheci no Cambodia. Vou dar um nome qualquer para mantê-la em segredo. Xe 🙂
Demorou alguns dias para eu aprender a sua historia mas me tocou.
Xe é da Malásia e fala ingles muito bem. Me contou que era de uma familia de onde os pais eram muito violentos. Com 15 anos fugiu de casa e sua mae aceitou porque tinha certeza que ela voltava rápido.
Xe arrumou trabalho ilegal porque pela lei so podia trabalhar com 16 anos. Trabalhou e depois de 2 anos passa para coca cola fazendo propaganda.
Começou a ganhar muito dinheiro e arrumou um namorado drogado e traficante. Ficou mais rica.
Ela apanhava do namorado e aceitava, às vezes ia ao hospital. Um dia a melhor amiga de Xe ficou grávida. Essa amiga era de familia evangélica da África.
Quando nasceu o filho da sua amiga, passou um mês e morreu a mãe da amiga. Ela pediu a Xe que ela cuidasse enquando ela iria ao enterro da mãe na Africa. A melhor amiga de Xe disse que Voltaria em duas semanas para pegar de volta seu filho de 1 mês.
Não voltou. Xe disse que se ela não voltasse, ela iria ligar ao pai dela. Xe jovem não tinha como cuidar. Ela tinha que trabalhar.
Xe ligou ligou ao pai da melhor amiga. Falou com o pai que é pastor na Africa e avô agora. Ele foi à Malasia. Ele foi e não pegou o neto, mas deu dinheiro para ela dar a uma babá.
Uma vez chegou em casa e viu que a Baba usava droga. Ela decidiu declarar na policia. A baba mais velha disse que era mentira.
Ja fazia uma ano e meio que Xe ja estava com esse bebê. Sua maior culpa é que deu o bebê à Babá que na policia declarou que era dela.
Nem sei se tem registros. So sei que me contou que apesar de ser acostumada com a violência, teve que aguentar o namorado bater nela na frente de todos os amigos. Ninguém a protegeu e ela foi parar no hospital e ali ela pensou.
“ This is the top. I can’t support”. Esse é o topo. Não aguento mais nada.
Ela tinha conseguido comprar casa, carro, coisas. Ela disse que nada disso tem valor.
Ela resolveu partir. Resolveu ser voluntária no Vietnã. Ficou ensinando inglês e morando numa casa onde as pessoas não eram violentas. Lá eles cozinhavam juntos. Comiam juntos. Aquilo naquela experiencia era o melhor.
Quando a conheci ela trabalhava num hostel. Ela estava feliz.
“As pessoas dão muito valor a casa, carro, coisas e isso não significa nada na nossa vida. “
Voce pode pensar assim porque ela é jovem. Vi tbm e conheci velhos que cansaram do sistema que obriga acabar aceitar uma percepção clinica para algum remedio que os fazem ficarem funcionando nesse sistema.
Eu sinto que esse sistema tem criado muitas percepções de continuar igual. Eu percebo que prefiro ser fora das regras do medo e do egoísmo.
Cada um escolhe seu caminho mas acho que achar o que naturalmente em paz para mim é melhor. Mesmo com as quedas.