Tive a sorte de eu encontrar a minha grande amiga Paula que me estimulou a continuar escrevendo. Ela é DJ e me contou que vai tocar num lugar palestino em São Paulo. Tiramos uma foto, postei e por sorte, meu amigo da palestina gostou. Falei com ele, e confessei que não conseguia me lembrar o nome de um amigo, aliás de quem tinha falado no último post. Depois de muitas perguntas, ele me disse que era Fayez.
Consegui encontrar minhas conversas com ele no facebook. Eu sempre gravo mensagens 🙂 então, vou e escuto o que tinha mandado e fico impressionada. Tenho vontade de contar a vocês .
Tive a sorte de ver o Dalai Lama, e até conhecer o Karmapa na India. Fiz uma amiga lá, Denise, que me pediu para eu levar roupas tibetanas para um lama que dava aulas de budismo na Inglaterra e na Europa.
É assim que conheço Lama Lobsang. Trago roupas e ele vem me encontrar na minha universidade, LSE. Assim ele começou o seu costume de vir me visitar e ensinar budismo na minha casa com Haiko e Alondra.
Sei que um dia tive um ataque epilético no Marrocos. Ali começou o caminho do meu desespero. Um dia, Lama Lobsang me convida para ir na sua casa. Confesso que não queria ir, e nem queria fazer nada. No entanto, penso que é uma burrice enorme não querer ir. Então pego um enorme tempo de passeio de enorme caminho de trem para chegar até lá. Vou e me lembro do meu coração de maneira nervosa. Chego na casa do Lama dizendo que tenho um problema grave. O meu cérebro tem algo grave. Ele ouve tudo mas não reage a nada. E me chama para ir à cozinha.
Me diz para eu sentar enquanto ele cozinha do meu lado. Ele joga, acho, era só agua e mais algum outro ingrediente e leva tempo. Não lembro de muito, apenas que não falou quase nada. E comemos. Aliás, antes de comer ele \’reza\’ e pensa em tudo que é necessário para comida chegar até nós. As pessoas que criaram, as que colhem, os que transportam, tudo. Aos que podem ter, e aqueles que não podem, que possam um dia ter. Lembro enquanto escrevo que tudo era tão calmo e tão conectado a tudo que existe e ali. Comemos, acabamos e ele me convida para eu ir à sala. Assim que levanto, me sinto tão bem e ele diz:
Você se lembra que estava desesperada?
Nossa, aquelas palavras me fazem lembrar o passado. Tudo que eu tinha sentido. Falei nervosa que era sério o que tinha. Tudo. E ele parou e disse. E só. E lembro agora me ouvindo contando de um Palestino. Eu acho Incrível, mas lá está o que ele me disse:
“Julieta você não lembra que você estava bem. Foi só uma única palavra para tudo voltar. Tudo é impermanente.
“Seu inimigo, os momentos mais difíceis são os seus amigos o verdadeiro momento que pode praticar a compaixão e a paciência”
Essas não são as minhas palavras. São de Lama Lobsang que já partiu da terra. É incrível que minha amiga Paula tenha me falado da Palestina e que nossa foto tenha feito voltar o contato de Fayez. Me fez lembrar que somos todos conectados. Tomara que tenhamos compaixão e paciência.
Tomara que diante das dificuldades tenhamos compaixão, paciência e, acima de tudo, penso que somos muito conectados uns aos outros. Espero ter melhores ações.
Beijos.