Poucos dias de India, ainda nao consegui deixar Delhi. Cada parte do meu corpo se faz mais presente, minha alma dolorida de uma dor assim tao velha como o proprio tempo. Quis fugir e ir direto a Tailandia voltar ao conforto do Gaia no Mekong. A India nao deixou. A India eh assim ela fala, grita, te empurra e eh melhor vc entender logo oque ela esta dizendo. Ou melhor, eh melhor vc entender logo que ela te vira do avesso e que eh voce mesmo que tem que curar as feridas.
Como eu poderia ter me esquecido de tudo isso? Tinha apenas uma vaga memoria da overdose sensorial que senti aqui, quando aqui estive ha 2 anos. Naquela epoca eu buscava o metafisico para me curar.
Lembro de ir a um templo Hindu em Londres no dia que “fugi” do hospital. No dia, que me foi dito que eu tinha uma anomalia no cerebro.
Naquele dia, eu que em nada cria, alem do processo cientifico, e em Dennet, Harris Dawkins e seus seguidores liguei para o meu unico amigo remotamente espirtiual. Ele entao me levou a esse templo. Naquele dia eu me prometi que viria a India. Cheguei em Delhi acompanhada do Haiko e juntos fomos para terra da yoga, e depois para a cidade onde vive o Dalai Lama.
Agora eu volto so. So em meio a milhoes. A solidao se faz mais presente. Eu que queria parar e descansar tenho que lutar contra meus fantasmas. Fui eu mesma, que disse que estava pronta nao foi? A India tbm te lembra isso: uma respiracao de cada vez, um passo de cada vez, e te obriga a ignorar o que vem de fora. Eh no dentro que eu tenho que chegar. Procurei ajuda e ela me foi negada. Em meio a milhoes sou obrigada a me lembrar que a busca do dentro eh solitaria.
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