Bom, agora que eu já escrevi toda a saga, posso voltar as coisas inúteis que eu escrevo 🙂 Não posso escrever muito pois queimei minha mão direita. Não, não foi tentando cozinhar, mas fazendo uma coisa muito mas muuuuuuito mais inútil. Quem me conhece sabe que eu vou a cabeleireiro raramente, uso qualquer shampoo, se não tiver shampoo uso sabonete, quando perco meu pente penteio cabelo com o dedo. Enfim, não exatamente primo por esses cuidados. Não é que ontem, eu resolvi fazer uns cachos no meu cabelo com um (não sei como chama) aparelho da minha house-mate e amiga Alondra, e isso acabou num verdadeiro desastre 🙂
Primeiro já foi dificílimo encontrar um plug para poder ligar o aparelho mexicano na tomada. Quando finalmente eu o fiz. deixei-o no chão, enquanto fui fazer qualquer outra coisa que já nem me lembro mais. Ai passei por ele, e ao me lembrar dos famosos cachos que eu queria fazer, eu abaixei e peguei o aparelho, que parece uma escova de metal, pelo lugar errado. Não o “handle” mas o próprio ferro quente. Não sei quantos segundos levou para eu processar que estava quente, provavelmente milésimos de segundos. Eu sei que foi tempo suficiente para eu me levantar, ter um segundo de confusão, e largar o negocio. E é claro, foi o tempo suficiente para eu queimar a mão direita inteirinha.
Ai começou a saga das sugestões…coloca a mão na água gelada. Coloca pasta de dente. Coloca oleo. Coloca manteiga. Coloca óleo de lavanda. Eu coloquei picrato de butesin, uma pomada que sempre existiu na minha cozinha no brasil e que minha prima uma vez me surpreendeu muito por carregar com ela para uma viagem em Ubatuba e salvar algum queimado.
Coloquei a mão também na água gelada. Depois de muita meditação com o haiko achamos que faz sentido. Podemos estar errados, mas nossa dedução é que além de esfriar o local, também manda sinais para o cérebro de que o local esta frio e não quente. Assim numa tentativa de enganar o cérebro. Que eu imagino que pela evolução deve ter selecionado para criar dor numa situação dessas para evitar que você continue queimando o mesmo lugar. Ou machucando ainda mais uma área que esta frágil.
O pior na verdade é perceber quão difícil é de repente ter que fazer tudo com a mão esquerda. A maioria das coisas da para pedir para alguem ajudar, mas tem coisa que não dá. Escrever. Ou fazer um nó no cabelo. Ou amarrar e desamarrar a calca no banheiro publico. Coisinhas simples que dão de repente um trabalhão.
Eu no meu mode ” o que eu posso aprender com isso.” Na hora pensei ” aprender a ficar longe desse aparelho que uma vez me queimou a testa, e agora a mão :)”. Mas é claro, que não, não adianta culpar o externo. E eu mais uma vez aprendi a mesma coisa: o quão importante é estar presente nas coisas que fazemos. E é claro machucar um lugar, seja ele qual for, nos faz mais conscientes daquele lugar. Mais conscientes de como nosso corpo funciona como um organismo interligado e completo. Qualquer mudança afeta tudo ( Hoje meu músculo do ante-braco esquerdo esta dolorido :). E quão fascinante é ver como qualquer evento tem ramificações interessantes. Deixar minha mão na água gelada para enganar meu cérebro, sendo eu o meu cérebro, e tendo de certa forma o próprio cérebro encontrando uma solução dessas ( de se enganar) me faz pensar como nos somos seres muito, mas muuuuito interessantes.
5 thoughts on “Enganando o Cerebro”